Como elaborar um projeto FTTH? Primeiros passos

Elaborar um projeto de rede óptica FTTH (Fiber to the Home) requer alguns cuidados que nem sempre os provedores que estão iniciando conhecem. Trata-se de um processo cheio de detalhes que, se não forem observados adequadamente, podem levar a erros e, consequentemente, prejuízo para o provedor.

A elaboração do projeto FTTH é uma etapa essencial para o provedor poder dimensionar o investimento financeiro necessário, a área de atuação, analisar a concorrência, estruturar a rede na área, saber quais equipamentos vai precisar, além de outros pontos importantes.

Você está começando o seu projeto FTTH e está sentindo dificuldade de elaborá-lo de maneira eficiente, sem gastos desnecessários? Preparamos este artigo para te ajudar nessa tarefa, explicando passo a passo as etapas que você deve seguir para elaborar um projeto FTTH de forma correta. Confira.

4 etapas para começar um projeto FTTH

1. Defina uma área de cobertura

Essa primeira etapa é quando o provedor deve decidir qual é a área de cobertura em que ele vai construir o projeto FTTH.

É importante criar um projeto tendo como base um mapa do local. Você pode usar o Google Earth (formato KMZ) ou criá-lo no formato CAD, por exemplo, permitindo uma visão tridimensional da área.

Nesse mapa, deve ser apontado o posicionamento dos postes, o número de clientes que será atendido pela rede, a localização do POP e qual será o tipo de serviço (banda).

Aqui, o recomendado é que no planejamento seja definida uma área mais ampla. Mesmo que o provedor não tenha intenção de desenvolver a rede em toda a área, assim fica mais fácil expandi-la no futuro, sem a necessidade de adequações.

Por exemplo, se o provedor pretende expandir a rede sem ter feito um planejamento da área de cobertura adequado, ele pode precisar desmontar e refazer a rede inteira ou até mesmo montar uma rede secundária, acima da rede existente. No entanto, essa não é a forma mais interessante do ponto de vista da ocupação de postes, que geralmente já estão todos lotados. Portanto, o provedor deve projetar para o futuro, planejando uma vida útil de pelo menos 15 anos para a rede.

2. Realize um estudo de campo

O segundo passo para a elaboração do projeto FTTH é um estudo de campo que analise o potencial de mercado da rede. Isso fará com que o provedor tenha uma ideia de quais são as necessidades e os desejos dos clientes que ele terá para poder planejar como poderá oferecer os serviços, de acordo com  o público que for atender.

É importante analisar toda a estrutura já existente na área pretendida para ter uma previsão real de como traçar os cabos e onde colocar as caixas de emenda óptica e de terminação. O estudo de campo também é fundamental para provisionar quantos assinantes o provedor terá naquela área de cobertura. Assim, poderá planejar com mais exatidão a porcentagem de casas onde prestará o serviço. 

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3. Defina uma taxa de penetração para o seu projeto FTTH

A taxa de penetração determina quanto a rede atenderá a determinada área de cobertura. O mais comum em um projeto FTTH é uma taxa de penetração de 50%, mas o mais recomendado é que o provedor determine essa taxa considerando o estudo de campo que realizou.

É importante atentar-se para não optar por uma taxa de penetração muito baixa, menor que 30%. Isso porque, dessa forma, as caixas de atendimento ficam muito espaçadas, gerando uma sobrecarga do cabo drop.

Já quando a taxa de penetração é acima de 50%, as caixas de atendimento ficam exageradamente próximas. Dessa forma, a rede fica com caixas CTO aglomeradas, sendo necessária uma quantidade maior de fibras nos cabos. Consequentemente, não há um bom desempenho, além de exigir altíssimo investimento inicial na infraestrutura.

Por isso, é fundamental calcular a taxa de penetração ideal para o projeto FTTH, não apenas para o melhor desempenho da rede, mas também para garantir economia mensal com cabos drop. É importante considerar ainda que quanto mais concorrentes na área, menor deve ser a taxa de penetração.

 

4. Defina a área de abrangência das caixas de atendimento

Definida a taxa de penetração do projeto FTTH, o provedor precisa agora determinar a área de abrangência das caixas de atendimento, de acordo com o número de assinantes previsto no planejamento. Geralmente, um ramal conta com uma caixa de distribuição óptica, à qual são conectados até 8 cabos de atendimento, de acordo com o modelo da caixa.

Uma dúvida comum entre os provedores é quanto à quantidade de fibras no cabo. Para cada caixa, são necessárias no mínimo duas fibras. Ou seja, considerando que a evolução da infraestrutura da rede depende da fibra óptica ativa em cada caixa, o provedor deve ter uma fibra ativa para atender um splitter na CTO, sendo que esta deve permitir receber mais um splitter, havendo a necessidade de mais uma fibra. Por isso a necessidade de duas fibras para cada caixa.

Um modelo leva em consideração 8 ramais de atendimento, somando 64 caixas CTO, sendo possível a utilização de até 8 caixas de distribuição. É importante que seja considerado o menor consumo de drop possível.

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