Conheça as diferenças entre DTH, RF, MMDS e IPTV

Saiba qual é a melhor tecnologia para que o seu provedor possa ofercer TV por assinatura

O mercado de TV paga no Brasil está cada vez mais aquecido para todos os seus players: canais, produtoras de conteúdo para esses veículos e provedores do serviço de TV. Esses últimos contam com diferentes tecnologias para viabilizar a transmissão, cada qual com vantagens e problemas técnicos e estratégicos. Neste post, vamos destrinchar os quatro padrões de transmissão mais populares no Brasil, mostrando as diferenças entre DTH, RF, MMDS e IPTV.

Confira quais são as diferenças entre esses quatro padrões:

DTH: sigla para o termo inglês direct to home. Como o próprio nome diz, funciona com sinal enviado direto para a casa do consumidor, por meio de uma antena externa – via satélite, utilizando o padrão DVB-S. Esse padrão reduz a necessidade de investimento em headends por parte do provedor – afinal, toda a informação é enviada até a set top box sem intermediários.

A dispensa de um headend gera uma consequência: o sistema é conhecido por ter qualidade de sinal inferior em relação aos métodos alternativos, como a IPTV e o MMDS . Além disso, ele viabiliza poucos (ou nulos) recursos de interatividade – funcionalidade muito visada por canais e cada vez mais usada por consumidores. Na questão estratégica, sabe-se que essa tecnologia é de baixo ticket médio para a empresa fornecedora do serviço de TV por assinatura.

HFC/RF: consiste na transmissão do sinal até a central via frequências de rádio e satélite. De lá, o sinal de vídeo é distribuído via cabo em uma rede híbrida (em fibra óptica e cabo coaxial) para o consumidor final. Ao contrário do DTH, o sistema RF demanda um altíssimo investimento em headend, já que o sinal será enviado pela sua empresa até o cliente. Esse sistema utiliza o padrão DVB-C.

Em relação ao DTH, o ticket médio e a qualidade do sinal tendem a aumentar com essa tecnologia. Os recursos de interatividade dela são mais limitados. Seu maior problema está na incapacidade de inovação: o serviço prestado não tende a mudar muito nos próximos anos. Ou seja: não será possível usar a mesma estrutura para prestar serviços diferentes.

MMDS: em português, Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais (MMDS). Nesse caso, utiliza-se a faixa de micro-ondas para transmitir sinais a serem recebidos em pontos determinados dentro da área de prestação do serviço. No sistema de MMDS, a programadora transmite o sinal por satélite até a central da operadora (headend), que envia a programação ao assinante. Na ponta do processo, o consumidor recebe o sinal por meio de uma antena de microondas. O padrão usado aqui também é caracterizado pelo DVB-C.

Diferente do sistema de cabo, a implantação de uma operadora com rede MMDS apresenta um custo relativamente baixo, visto que somente é necessária a instalação do par antena/receptor, embora seja muito custosa a composição de um sistema de transmissão (headend).

O fator mais crítico para a utilização do MMDS no Brasil é o movimento de agências regulatórias que pretendem ocupar esta faixa para outros serviços de telecomunicações. Este movimento tende a extinguir a faixa atual e reduzir a faixa de frequência futura do MMDS, com o objetivo de permitir somente a oferta de banda larga e serviços de voz pelas operadoras e excluindo o serviço de TV por assinatura. É um panorama conhecido e que deve se concretizar em alguns anos.

IPTV: como o próprio nome já diz, usa transmissão de dados via IP para enviar as imagens até o consumidor final. Nossa experiência neste mercado mostra que IPTV é tendência para o futuro do mercado de TV. Até 2017, 181,7 milhões de pessoas em todo o mundo serão assinantes de TV por IP. Tecnologia mais atual, exige um investimento médio em headend. Em empresas que trabalham com internet via fibra óptica, as demandas de infraestrutura costumam ser mais baixas ainda.

Com alta disponibilidade de sinal e grande ticket médio, a IPTV conta com recursos inovadores que a colocam a frente dos dois concorrentes: interatividade completa, possibilidade de inovação, funcionalidade em diversos dispositivos (inclusive móveis, como smartphones), pode agregar serviços externos (como e-commerce e canais de conteúdo) e contém um programa de controle parental.