Como serão e quando teremos cidades mais inteligentes?

Imagine que em um dia ruim você acorde atrasado, saia sem tomar café, o trânsito esteja mais lento e por causa dessa correria toda você passe o dia todo preocupado: será que deixei o ferro de passar roupas ligado? Agora imagine que, em um futuro próximo, todos esses problemas deixem de existir e as máquinas sejam tão conectadas a ponto de, por exemplo, sincronizar seu despertador ao tráfego de veículos, programar um café para a hora que você acordar e, se surgir aquela dúvida sobre o ferro, poder desligar a tomada à distância, com apenas um toque no celular. Para discutir como viabilizar estruturas para que isso tudo deixe de ser imaginação, a Cianet, empresa de Florianópolis que cria soluções para provedores de TV e internet, trouxe especialistas para um workshop realizado no dia 25.11 no Centro de Inovação ACATE Primavera, na capital catarinense. O evento faz parte da série de encontros Cianet in.loco, que já percorreu outras oito cidades brasileiras ao longo do ano.

“O objetivo das cidades inteligentes é trazer mais felicidade para a população”, acredita Anilton Valverde, diretor da vertical telecom da ACATE, que abriu o workshop. Usando como base um estudo da consultoria Urban Systems, o Ranking Connected Smart Cities (Ranking Geral de Cidades Inteligentes e Conectadas), Valverde mostrou que o Brasil ainda está longe de alcançar o patamar de cidades como Copenhagen (Dinamarca) ou Santiago (Chile), melhores nos continentes europeu e americano. A cidade mais bem colocada do Brasil foi o Rio de Janeiro, enquanto Florianópolis aparece em 8º lugar. Para Valverde, o principal ganho que as cidades inteligentes trazem é a integração de informações na administração pública. Isso evitaria, por exemplo, que uma rodovia recém recapeada seja destruída por obras no sistema de esgoto.

Mas e o governo, como vai inserir-se nesse contexto? Para Roberto Amaral, presidente do Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (CIASC), estatal que comanda os sistemas online de todo o estado, o setor público terá papel fundamental: folhas de pagamento, registros de boletim de ocorrência, dados do Detran e outros. Segundo ele, o primeiro passo para viabilizar o plano das cidades inteligentes é melhorando as conexões de internet nos órgãos públicos, escolas, hospitais, etc. Para isso, o CIASC pretende ampliar a rede de fibra óptica nos lugares onde ela não existe e fazer parcerias com pequenos provedores que já montaram a estrutura. Outra inovação que está em execução é o projeto de uma plataforma digital que integrará todos os dados do cidadão: desde o controle de notas do filho matriculado na escola estadual, até o atraso no pagamento da conta de luz.

Isso tudo não é só desejável, mas essencial. Outros países do mundo já caminham para esse futuro conectado e quem trabalha no setor precisa preparar-se. João Muller, engenheiro da Cianet, trouxe para a discussão o fato de que hoje existem mais coisas conectadas no mundo do que pessoas. Montar estruturas para suportar toda a internet é um grande desafio, mas não o maior. Na visão do especialista, o que ainda precisa avançar são as leis e a segurança envolvida no tráfego de tantas informações pessoais: “já pensou se um hacker conseguir invadir o sistema do seu carro e conseguir dirigir por você?”, questiona.

Com uma plateia era composta principalmente por representantes de pequenos e médios provedores ou pessoas interessadas em empreender no setor, o workshop abordou outros temas como: vendas, com Silvia Folster (diretora comercial da Cianet), e inovação para empreendedorismo, a cargo de Patrícia Michalski (Sebrae/SC). Para Silvia, o sucesso de uma venda acontece quando todos os funcionários da empresa estão engajados na causa, conhecem e acreditam nos produtos. Patrícia, por sua vez, encorajou os empresários a inovar, dando algumas dicas sobre como fazer isso de maneira sustentável e eficaz.

O próximo evento promovido pela Cianet será sobre Internet das Coisas, no dia 2 de dezembro, na ACATE, das 8h30 às 16h. O objetivo do encontro será trocar experiências e discutir novas possibilidades no segmento de IoT.

Fonte: ACATE