O futuro da Internet das Coisas: para onde vamos?

O conceito de Internet das Coisas já vem se disseminando há muito tempo, e trata, basicamente, de todas as coisas conectadas à internet, como já apontamos neste post. Hoje, milhões de dispositivos já estão conectados à internet com sensores, desafiando o conceito de computador. Assim, softwares e sensores estão controlando cada vez mais o que era feito apenas por seres humanos, com mais eficácia, conveniência e a custos reduzidos. Se hoje, esse conceito já avança a passos largos, como será o futuro da Internet das Coisas (IoT)?

 

O presente da IoT

Já não interagimos mais com o mundo físico do mesmo modo que fazíamos antigamente. Falamos com nossas televisões e elas, inclusive, nos escutam, por meio de sensores e chips que processam voz, na nuvem. Nós dirigimos e sensores enviam dados de nossos celulares a um software que faz um panorama do tráfego. Dispositivos de saúde enviam dados a nossos médicos. O digital está se tornando físico, e o futuro da Internet das Coisas cada vez mais aponta para essa mudança.

E estamos falando de menos de oito anos da entrada dos smartphones em nossas vidas, nos introduzindo à era da conectividade mobile. E hoje, são mais dispositivos móveis que pessoas no mundo! Assim, o futuro da Internet das Coisas sinaliza que, nos próximos cinco anos, o número de dispositivos será sete vezes maior que o número de pessoas no planeta. Serão 50 bilhões de máquinas, desde sensores em rede até robôs industriais.

Abaixo, alguns apps que já estão sendo comercializados e que comprovam o futuro da Internet das Coisas:

Cortinas inteligentes: o projeto My Smart Blinds adiciona um painel solar e um chip às cortinas e o usuário as controla por meio de um app no smartphone, abrindo e fechando e ainda programando horários para essas ações. Um sensor de luz também abre as persianas automaticamente quando o sol nasce e as fecha quando o sol se põe.

Coleiras inteligentes: A Motorola Scout 5000 é uma coleira inteligente para pets, que acompanha funções vitais do animal, como pressão, batimentos cardíacos e temperatura. Ela conta ainda com uma câmera, para que o dono acompanhe os passos do seu bichinho à distância. Já o GPS permite que se saiba a localização exata do pet.

Pulseiras chics: Além de lindas, as pulseiras inteligentes feitas com cristal Swarovski enviam dados de performance do organismo a um app. É uma evolução das pulseiras da Misfit para atletas, com um pouco mais de glamour.

Bagagem smart: Desenvolvida pela Bluesmart, a bagagem smart é altamente tecnológica e conectada, podendo ser rastreada via GPS em vários países. Além disso, possui um cadeado que pode ser trancado e aberto por meio do smartphone. Quando seu proprietário chega perto, ela destrava sozinha e, quando ele se afasta, a mala trava.

Bicicleta inteligente: Criada pela Ford, a MoDe:Me é uma bicicleta inteligente com motor elétrico integrado e monitor de batimentos cardíacos. Se o batimento passa muito do normal, o motor é ligado pra dar aquele “empurrãozinho”.

 

O futuro da Internet das Coisas

A maior acessibilidade, o barateamento das conexões e a relativa facilidade de conectar chips e softwares a dispositivos fará com que governos, empresas e indivíduos possam coletar dados de dispositivos IoT e automatizá-los de alguma forma. O lado ruim do futuro da Internet das Coisas está relacionado a segurança, privacidade e confiabilidade. É preciso pensar em uma ordem social, como leis específicas, para controlar de alguma forma todas essas coisas conectadas.

A premissa é que o futuro da Internet das Coisas torne tudo cada vez mais inteligente, como alarmes de incêndio, câmeras de segurança, entre outros e inúmeros dispositivos. Assim, surgirão (e já estão surgindo) cidades inteligentes, prédios inteligentes, indústrias inteligentes, etc. E isso não depende apenas dos sensores, mas também de serviços na nuvem que processem as informações enviadas por eles.

O futuro da Internet das Coisas também aponta para os chamados dispositivos wearable (ou “vestíveis”), que ainda estão em fases iniciais, como o Apple Watch, por exemplo. Nesse quesito, dispositivos fitness são os mais propensos a ocupar um lugar no mercado imediato, já que podem coletar dados benéficos sem a necessidade de ações humanas.

Nos ambientes governamentais, a força da IoT é e será extremamente importante, desde em serviços básicos até emergenciais e coleta de impostos, por exemplo. As indústrias também têm interesse no futuro da Internet das Coisas para melhorar seus sistemas e produtos e instrumentalizar ainda mais suas operações. A indústria aeronáutica, por exemplo, pesquisa maneiras de cada vez mais um avião ser equipado com dispositivos inteligentes, que analisam todos os dados, desde a gasolina até o estado das turbinas.

O problema da superexposição

Muitos advogados questionam o impacto de coletar informações pessoais por meio da Internet das Coisas, como a geolocalização, números de contas bancárias, informações sobre saúde, etc. A quantidade de dados que até um pequeno número de dispositivos pode coletar é impressionante. Uma empresa que fornece automação domiciliar (abrir e fechar portas à distância, controlar a intensidade da luz, esfriar ou esquentar a água, abrir e fechar janelas, etc.) indicou que a utilização de um produto de automação caseira em 10.000 domicílios gera aproximadamente 150 milhões de dados por dia, ou cerca de um dado a cada seis segundos para cada domicílio.

Com dispositivos wearable, a privacidade é uma questão ainda mais forte, já que esses equipamentos podem coletar dados extremamente pessoais, como conversas, relacionamentos e até aspectos de saúde, tornando nossa intimidade extremamente exposta. Isso não quer dizer que eles serão hackeados, mas certamente se tornarão um foco para os hackers.

O futuro da Internet das Coisas, portanto, também diz respeito a como os governantes irão responder às preocupações das pessoas com sua privacidade. Como assegurar a privacidade e colocar a IoT em funcionamento, em benefício dessas mesmas pessoas?

Porém, apesar dessas problemáticas, é certo que a Internet das Coisas está dando início a uma nova era de serviços baseados na internet, de uma forma que não conseguimos prever até onde isso pode nos levar – assim como aconteceu com os smartphones. Para os provedores, o futuro da Internet das Coisas traz uma certeza: a necessidade de oferecer conexões cada vez mais rápidas a seus usuários, que, de um jeito ou de outro, entrarão nessa nova onda.